Em alguns Estados do nosso país existe o curso de formação de professores em nível médio, em alguns lugares, mais conhecido como 'Curso de Magistério' ou ‘Curso Normal’.
Até dezembro de 2009, o curso de formação de professores formava jovens para a atuação em educação Infantil, alfabetização e para os quatro primeiros anos do ensino fundamental. No entanto, foi estabelecida uma serie de mudanças no currículo do curso, como por exemplo, a redução de quatro para três anos; aulas em horário integral, alternadas com os estágios no contra turno. E não para por ai, para exercer a função de alfabetizador e/ou de professor do primeiro segmento do ensino fundamental, será necessária a graduação em pedagogia, que já está sendo exigida na maioria dos concursos públicos.
Tendo em vista que o acesso à universidade é um sonho que apenas 12% da juventude, essas mudanças no curso normal se tornam um atraso nos sonhos dos jovens que acreditam na educação como um importante instrumento de transformação da sociedade. As aulas em horário integral impedem o jovem de exercer outras atividades que complementem sua formação e até mesmo de fazer estágios remunerados, pois muitas vezes os estágios são irregulares com uma carga de mais de 300 horas anuais.
Com a exigência da graduação em pedagogia para o exercício da profissão, o curso normal torna-se, praticamente inútil em um país onde o acesso a universidade é restrito para uma pequena parcela da juventude. Ou seja, o Curso Normal da maneira que está sendo tratado colocará a juventude mais uma vez no desemprego, pois além de não poder exercer a profissão, no Brasil não existe o livre acesso à universidade pública e os que tentarem fazer algum exame de ingresso nas faculdades terão imensa dificuldade já que as disciplinas do curso normal não atendem às exigências do vestibular (ausência de física, química, geografia, história geral).
É nessa perspectiva que a FENET defende uma intensa luta contra o fim do Curso de Formação de Professores no nosso país. É necessário que os municípios adotem uma política de estágio direcionada para os alunos do curso normal e que os estágios sejam feitos dentro das próprias instituições públicas de ensino municipais, e que os mesmos possam ser absorvidos após sua formação através de concursos que os permitam a oportunidade de trabalhar na profissão que escolheram.
2 comentários:
Achei interessante vocês terem ressaltado que a maioria dos estudantes deste país não tem acesso às universidades . Mas existem vários programas do governo para auxiliar neste ingressdo , como o PROUNI e o FIES . E a exigência de formação em pedagogia pode não ser tão ruim ; pensem bem , quantos profesosres exercem BEM a profissão hoje em dia ? São poucos ! O curso em pedagogia certamente aumentaria esse número .
Mas por outro lado , estes são cursos que já não são muito bem vistos na nossa sociedade , e agora ao dificultar o acesso à eles, certamente a procura vai diminuir . Acho que , aliada à essa mudança , devia vir um aumento no salário do professor . Aí sim seria justa - afinal, se o universitário estará estudnado mais , obviamente terá o direito de ganhar mais .
Abraços , até mais (:
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