terça-feira, 14 de agosto de 2012

FENET denuncia descaso com a educação especial! "Não existe inclusão social sem acesso à educação"

Por: Emanuele Rodrigues
Quando falamos de educação inclusiva, a realidade é assustadora no estado do Ceará, existem poucas escolas, falta de investimento e falta acompanhamento dessas pessoas pelo Governo. Segundo dados IBGE o estado é o quinto do país com maior decorrência de pessoas com deficiência, cerca de 17,34% da tem alguma de deficiência.
 Na capital Fortaleza das 292 mil pessoas deficientes e apenas 2.600 estão regularmente matriculas em alguma das poucas escolas. Foi fazendo uma pesquisa de bairros que a FENET juntamente com a União dos Estudantes Secundaristas da Região Metropolitana de Fortaleza (UESM) pôde ter a certeza essas crianças vivem presas dentro de suas próprias casas, reclusos da sociedade, excluídos de qualquer oportunidade de vida social, de lazer, de cultura, de acessibilidade ao transporte coletivo, de aprender a ler e a escrever.
Com todas as dificuldades encontradas por essas famílias, podemos observar que grande parte desses jovens com necessidades especiais estão nas ruas, nos terminais de ônibus, encontram-se marginalizados, pedindo esmolas, sem perspectiva de terem educação, ou até mesmo um emprego. 
Fomos à procura de uma Escola que oferecesse educação para esses jovens e encontramos o nosso Instituto de Educação do Ceará (IEC), uma escola diferenciada, onde se formam pedagogos, onde se tem o Ensino Fundamental, Médio, EJA e Educação Especial e encontramos uma realidade decepcionante. O Instituto de Educação (IEC) foi fundando em 19 de Agosto de 1966, depois de ter passado por várias mudanças; um dos pioneiros do Curso Normal serviu de inspiração para a obra do Livro “A Normalista”, uma escola onde tem muita história pra contar. Mas hoje sua estrutura parece não está sendo assistida pelo Governo do estado, as necessidades simples como ter rampas de acesso, piso antiderrapante, professores tradutores, salas com recursos multifuncionais, livros em braile, cadeiras especiais, equipamentos auditivos, climatização nas salas de aula, fora outras necessidades, não existem na escola.
 A falta de investimento na estrutura, nas oportunidades de estágios, no incentivo a cultura, a arte, o esporte, fazem com que estudantes abandonem o curso. É isso que ocorre hoje no IEC, evasão escolar aumentando a cada dia. Para a estudante do curso de pedagogia, Maiane, a falta de tradutores atrapalha o rendimento dos estudantes surdos da escola, que muitas vezes deixam de assistir aula por terem dificuldade. E isso decorre de que professores não estavam sendo pagos pelo Governo, o que acabou sendo prejudicial aos estudantes. E a realidade das salas de aula do Instituto, é bem diferente das comuns, existem pessoas com suas necessidades variadas, e outras que não possuem; de forma que muitos professores não saibam como agir perante essa situação. E acabam querendo tratar todos de forma igual, mas isso não pode acontecer tratar pessoas que precisão de uma atenção diferenciada, de forma igual perante as outras.
"É um absurdo o governo estadual e o governo federal -afirmou Fábio Andrade, ex coordenador Geral da FENET- ventilarem por ai que estão fazendo e acontecendo pela inclusão social, não existe inclusão social sem acesso à educação!"
A indiferença do Governo com a Educação é notável, nossa defesa vem pautando escolas , Institutos Federais, Estaduais com educação  técnica acessível, avançadas e sociáveis para que possamos acabar com esse retrocesso na Educação Especial.

Emanuele Rodrigues é Secretária Geral da FENET e estudante do IFCE

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