RESOLUÇÕES
DO ENET 2012
O
mundo atravessa uma de suas maiores crises econômicas, desde 2008 diversas
economias têm entrado em colapso, com taxas de crescimento negativa, aumento do
desemprego, ataques aos direitos dos trabalhadores, e outras consequências
desastrosas para os trabalhadores e para o mundo. O capitalismo tem demonstrado
sua completa incapacidade de superar essa crise e tem tentado a todo custo
fazer com que o ônus dessa crise seja do povo e não dos que geraram a crise, os
ricos.
O
povo não tem aceitado calado. Greves gerais, manifestações, derrubadas de
governos ditatoriais, nacionalização de riquezas que tinham sido privatizadas,
eleições de presidentes progressistas e tantas outras formas de indignação tem
ocorrido em todo mundo e também no Brasil.
Nesse
cenário, no dia 23 de abril de 2011, foi fundada, no ENET no Rio de Janeiro, a
Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico, a FENET. Após 1 ano de
existência, a FENET vem se fortalecendo, alcançando mais estados, mais escolas,
mais municípios, realizando mais lutas, debates e eventos.
Tivemos
algumas dificuldades ao longo desse ano para organizar a entidade, fazer suas
reuniões, visitar os estados, lançar mais materiais nacionais, mas, também
conseguimos diversas vitórias. Organizamos uma jornada nacional de lutas após
um mês de existência, pressionamos o Ministro de Educação para atender a uma
pauta de reivindicação dos estudantes, fundamos a Federação Paraense dos
Estudantes de Ensino Técnico, participamos ativamente da greve dos servidores
de 2011, a participação ainda da fundação do Instituto de Pesquisa em educação
(IPE) o primeiro de todo país e estamos realizando um vitorioso ENET 2012.
No
encontro passado, tínhamos estudantes de 8 estados no encontro somando cerca de
400 estudantes e não tínhamos a região sul e centro-oeste participando. Nesse
ano, somos 900 estudantes de 16 estados e de todas as regiões do país, ou seja,
em 1 ano de gestão conseguimos ampliar, e muito, o nível de participação dos
estudantes e de consolidação da FENET.
Fruto
dos grupos de debates e painéis realizados nesse encontro, o ENET aprova as
seguintes resoluções e propostas:
TODO
APOIO AOS PROFESSORES
Na
tentativa de evitar os impactos da crise econômico no país, todo ano o governo
tem realizado cortes de gastos nas áreas sociais e no funcionalismo público.
Corte de verbas e congelamento de salários tem marcado a política do governo
desde 2008. Enquanto se investe mais de 40% do orçamento da União para
pagamento da dívida pública não se chega nem a 5% do PIB (Produto Interno
Bruto) para educação.
Apesar
do pouco investimento foram criados centenas de novos Institutos Federais em
nosso país nos últimos 4 anos. Milhares de novos alunos atendidos por esses
novos IFs se depararam muitas vezes com campus sem estrutura necessária e com
professores sem reajuste salarial e descontentes com a sua atual situação de
trabalho.
Por
isso, a cada dia cresce a luta contra essa política do governo que garante
dinheiro para banqueiros, mas que corta verba da educação e que não atende as
reivindicações dos técnicos administrativos e docentes da rede federal de
ensino. Em 2011, o SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da
Educação Básica, Profissional e Tecnológica), que representa os docentes e
técnicos administrativos dos IFs, fez uma greve que durou mais de 40 dias.
Em
2012 mais greves são deflagradas em todo o país. Mais de 50 Universidades estão
em greve desde maio e um fórum que reúne mais de 30 entidades do serviço
público federal discute a unificação dessa greve. Nesse sentido, o SINASEFE
aprovou no ultimo dia 06 indicativo de greve nacional a partir do dia 13 de
junho.
Nesse
momento a FENET deve se posicionar ao lado dos professores e funcionários da
rede federal de educação. Para alcançarmos mais verbas para educação e
garantirmos que essa expansão dos IFs tenha qualidade, devemos lutar lado a
lado com os professores e técnicos apoiando e fortalecendo a greve desde seu
inicio. Desse modo faremos com que a greve não seja um período de férias e seja
sim vitoriosa e um momento de luta!
DINHEIRO
PÚBLICO PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA!
A
FENET defende um projeto de educação soberana, com fortalecimento da
democracia e valorização do ensino, e entende que para esse processo
ser consolidado, se faz necessário fundamentalmente: garantir a educação
pública e de qualidade, propiciando o avanço da ciência e
tecnologia; universalização da educação pública; formação de profissionais
capacitados; desenvolvimento e regulamentação da educação profissional
e tecnológica; garantir o piso salarial para os técnicos e garantir a politecnia
dentro de todas as unidades de ensino.
Porém,
a realidade da educação em nosso país é de precariedade. De acordo com os dados
do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos - ILASE -, temos 14
milhões de analfabetos, 30 milhões de analfabetos funcionais e
aproximadamente 2 milhões de jovens entre 6 e 14 anos não estudam. No ensino
secundário, ficam fora da escola 5 milhões de jovens e no ensino superior
apenas, 13% dos estudantes aptos conseguem se matricular. Em 2009, o IBGE
apresentou uma pesquisa onde o Brasil deixava, naquele momento, 41,5 milhões de
jovens entre 0 e 24 anos fora da escola ou da universidade. Segundo o mesmo
estudo, de todos os brasileiros maiores de 18 anos (135 milhões), 101 milhões
não tinham acesso a educação básica. De acordo com a CNTE, em 2010, a cada
cinco professores que são admitidos, um é em caráter temporário; ainda sobre os
profissionais de educação, sua média salarial gira em torno de 2 salários
mínimos.
Partindo
desse pressuposto, para que se possa tirar a população do analfabetismo, é
necessário investir em uma educação pública de qualidade. É seguindo esse norte
que promovemos diversas discussões, debates e seminários sobre o Programa
Nacional de Acesso ao Ensino técnico e Emprego - PRONATEC - (Lei Ordinária
12513/2011) e concluímos que este, por incluir as piores diretrizes a
nível da educação profissional e tecnológica, torna-se um ataque
gravíssimo à educação pública.
O
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego é um programa elaborado
pelo governo em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sua
criação se deu com os setores mais reacionários da sociedade que não defendem a
educação pública e nem a soberania nacional. Após sua formatação, foi
enviado ao Congresso Nacional e tramitou em regime de urgência, fazendo
com que existisse pouco debate sobre seu funcionamento. O PRONATEC se
coloca ainda mais privatizante que o PROUNI, com envio direto de dinheiro
para o setor privado, não somente via isenção de impostos. Através do BNDES, o
governo pretende fortalecer através de financiamentos o Sistema S (SENAI, SESC,
SESI, SENAC) que é dirigido pela própria CNI. PRONATEC não prioriza a
educação profissional integrada ao ensino médio e
sinaliza jorrar mais recursos públicos para o Sistema S,
serão aproximadamente R$ 24 bilhões até 2014 investidos no PRONATEC.
Por
tudo isso, a FENET é contrária ao PRONATEC, reafirmando
ser favorável a uma educação profissional e tecnológica de qualidade,
garantindo a soberania nacional através da educação pública, com uma formação
ampla e não apenas voltada ao trabalho. Lutaremos contra o PRONATEC e
exigiremos dinheiro público para a educação pública!
Em
Defesa da Memória,Verdade e da Justiça!
Pela
Instalação da Comissão da Verdade!
Todo povo tem direito a conhecer
sua história para, avaliando o passado, entender o futuro. Uma importante
página da história do Brasil continua sendo escondida de nosso povo. Trata-se
do período da ditadura militar, em que milhares de brasileiros foram
barbaramente presos e torturados por lutar por um país livre e socialista. Nos
porões da ditadura centenas foram assassinados.
Os criminosos continuam até hoje
impunes, sob o falso argumento da Lei da Anistia. O Brasil é um dos poucos países da América Latina que não
julgaram e condenaram aqueles que atentaram contra a democracia e a vida de
milhares de revolucionários, e já é hora do Brasil fazer justiça contra esses
assassinos. O Brasil sequer os arquivos da repressão foram abertos.
A presidente Dilma Roussef
sancionou no dia 17 de novembro a lei que cria a Comissão Nacional da
Verdade. O Exercito divulgou nota com
posicionamento contrário à criação da comissão, argumentando que o Brasil
“superou muito bem essa etapa da sua história”. Declaração so demonstra que as
classes dominantes resistem a instalação da comissão, cuja a missão é apurar os
crimes cometidos.
A FENET que representa todos
estudantes de ensino técnico do país e teve vários destes torturados e
assassinados, entre eles José Montenegro de Lima, cujos restos mortais não
foram encontrados.
A Federação Nacional dos Estudantes
de Escolas Técnicas - FENET lança a Campanha pelo restabelecimento da Memória,
Verdade e Justiça do seu Patrono, José Montenegro, encampando a luta para
reencontrar os restos mortais e punição aos torturados e assassinos e
encaminhar a Comissão Nacional da Verdade empenho em apurar os fatos.
Pelo
direito a Memória, Verdade e Justiça!
José
Montenegro de Lima Presente!
Agora
e Sempre!
Degradação
ambiental e o Rio +20
Entre os dias 13 a 22 de junho
ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro a Cúpula da Organização das Nações Unidas
para o desenvolvimento sustentável. Rio+20 como é chamada. Há 20 anos foi
realizado está cúpula e de lá para cá, nada de significativo foi modificado.
Deixando claro o papel de encenação política da burguesia internacional em
escamotear a verdadeira causa dos problemas ambientais.
Onde boa parte das vezes colocando
como principal problema o indivíduo. Criando uma falsa idéia que a solução
passaria por plantar uma arvore e apagar a luz do quarto e com isso resolveria
a catástrofe ambiental em que vivemos. Mas nada se fala de que no Brasil 60% do
Consumo da energia vêm da indústria e comércio, sobrando apenas 23% de gastos residenciais.
Se não bastasse, 80% da produção desses gases que causam o efeito estufa, são
dos sete principais países capitalistas do mundo. Provando que o problema está
na decisão do setor produtivo e de serviço e não nas famílias e suas
residência.
Para piorar foi aprovado na Câmara
de Deputados do Novo Código Florestal de autoria do Deputado Federal do PC do B
Aldo Rebelo, na qual estão uma serie de atrocidades como flexibilização do
desmatamento das áreas próximas as encostas, anistia aos crimes ecológicos
cometidos. Sem dúvida os beneficiados desse Código Florestal serão os
latifundiário. A mobilização social
ganhou grande proporção e a presidente Dilma Roussef vetou 12 aspectos do Novo
Código.
A FENET em conjunto com outros
movimentos sociais tem o papel de desenvolver o debate sobre a situação atual
do meio ambiente e crescer a mobilização social para freiar esta ganância da
burguesia em destruía a natureza, colocando em risco a própria sobrevivência do
ser humano a custa de altos lucros.
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