Segundo
os historiadores, a formação técnica do trabalhador no Brasil começou a ser
feita desde os tempos mais remotos da colonização, tendo como os primeiros
aprendizes de ofícios os índios e os escravos. Com o advento do ouro em Minas
Gerais, foram criadas as Casas de Fundição e de Moeda e com elas a necessidade
de um ensino mais especializado, o qual destinava-se ao filho de homens brancos
empregados da própria Casa. Pela primeira vez, estabelecia-se uma banca
examinadora que deveria avaliar as habilidades dos aprendizes adquiridas em um
período de cinco a seis anos. Caso fossem aprovados, recebiam uma certidão de
aprovação.
Nesse
mesmo período, foram criados os Centros de Aprendizagem de Ofícios nos Arsenais da Marinha no Brasil, os quais
traziam operários especializados de Portugal e
recrutavam
pessoas, até durante a noite, pelas ruas ou recorriam aos chefes de polícia
para que enviassem presos que tivessem alguma condição de produzir.
O
desenvolvimento tecnológico do Brasil ficou estagnado com a proibição da
existência de fábricas em 1785, porém em 1800, começou a existir centros de
aprendizagem dos ofícios manufatureiros para os filhos dos pobres. As crianças
e os jovens eram encaminhados para casas onde, além da instrução primária,
aprendiam ofícios de tipografia, encadernação, alfaiataria, tornearia,
carpintaria, sapataria, entre outros.
Com a
chegada da família real portuguesa em 1808, D. João VI cria o Colégio das
Fábricas, considerado o primeiro estabelecimento instalado pelo poder público,
com o objetivo de atender à educação dos artistas e aprendizes vindos de
Portugal. Em 1889, ao final do período imperial e um ano após a abolição da
escravatura, o número total de fábricas instaladas era de 636 estabelecimentos,
com um total de aproximadamente 54 mil trabalhadores, para uma população total
de 14 milhões de habitantes, com uma economia acentuadamente
agrário-exportadora, com predominância de relações de trabalho rurais
pré-capitalistas.
O Presidente
do Brasil, Nilo Peçanha iniciou em 1906 uma política de âmbito nacional, mesmo
que tímida, do ensino técnico por meio do Decreto n° 787, de 11 de setembro de
1906, criando quatro escolas profissionais unidade federativa: Campos,
Petrópolis, Niterói, e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras, para o ensino
de ofícios e a última à aprendizagem agrícola.
A partir
daí as mudanças da Ciência e da Tecnologia se processavam de maneira vagarosa,
o ensino profissional esteve voltado ao desenvolvimento das capacidades
específicas, vinculado a uma determinada tarefa ou posto de trabalho. Sob essas
bases, a formação geral esteve caracterizada desde pelo seu completo abandono
até pela sua brevidade de complementação para dar vez aos estudos mais
técnicos, sendo praticamente decretada a falência das Ciências Humanas como
possibilidade de formação profissional.
A
demanda por operários mais qualificados do ponto de vista de recursos técnicos
surge no final do século XIX e inicio do século XX, cenário em que foram criadas
as escolas de artes e ofícios onde, prevalecendo ainda o modelo de
transferência de técnica do artesão para o aprendiz, foram introduzidos
recursos tecnológicos e uma pequena parcela de conhecimento formalizado.
No
Brasil, ao longo dos primeiros quarenta anos do século passado, adotaram-se
políticas de substituição de importações, para dar impulso ao processo
industrial brasileiro e, através desse processo, haveria uma maior demanda de
mão-de-obra para tais atividades. Concomitantemente, surge o movimento operário
que reivindicava uma maior qualificação de sua mão-de-obra, então escravista e
assalariada agrícola, no sentido de transforma-se num trabalhador assalariado
urbano. Em 1930 foi criado o Ministério da Educação e Saúde Publica e, nesse mesmo
ano, as Escolas de Aprendizes Artífices passaram do Ministério da Agricultura
para o da Educação.
Em
1942, a
Reforma Capanema fez com que o ensino industrial deixasse de ser primário e
passasse a ser de nível médio, articulado com as escolas de engenharias, onde
os estudantes que terminassem um curso técnico industrial poderiam completar seus
estudos. o ensino o ingresso nas escolas industriais passou a depender de exames de admissão;
os cursos foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do novo
ensino médio: o primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal, de
aprendizagem e de mestria. O segundo ciclo correspondia ao curso técnico industrial, com
três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, e compreendendo
várias especialidades Em 1953, pela Lei da Equivalência, os egressos dos cursos técnicos passam a ter direito a frequentar qualquer escola superior. Contudo, o que se observava é que a formalização dos cursos técnicos e sua vinculação ao segundo grau não fizeram com que fosse vencida a dualidade entre formação geral e profissional. No ano de 1971, com a Lei 5.692 e sob a justificativa de carência de técnicos de nível médio, instituiu-se a profissionalização compulsória em todos os cursos de segundo grau. Em1982, a Lei teve o dispositivo de
compulsoriedade revogados e passando a ser opção da escola e do aluno.
os cursos foram divididos em dois níveis, correspondentes aos dois ciclos do novo
ensino médio: o primeiro compreendia os cursos básico industrial, artesanal, de
aprendizagem e de mestria. O segundo ciclo correspondia ao curso técnico industrial, com
três anos de duração e mais um de estágio supervisionado na indústria, e compreendendo
várias especialidades Em 1953, pela Lei da Equivalência, os egressos dos cursos técnicos passam a ter direito a frequentar qualquer escola superior. Contudo, o que se observava é que a formalização dos cursos técnicos e sua vinculação ao segundo grau não fizeram com que fosse vencida a dualidade entre formação geral e profissional. No ano de 1971, com a Lei 5.692 e sob a justificativa de carência de técnicos de nível médio, instituiu-se a profissionalização compulsória em todos os cursos de segundo grau. Em
Com
mais de 100 anos de história as Escolas Técnicas, antigas Escolas de Artífices,
eram destinadas principalmente aos filhos dos trabalhadores e menores
abandonados. O Decreto, em suas considerações iniciais diz: “se torna
necessário não só habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna com
indispensável preparo técnico intelectual, como fazê-los adquiri hábitos de
trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade, escolas de vicio e do crime”.
Hoje a Educação Profissional Tecnológica, vive um momento ímpar na sua
historia, onde acumulou uma experiência significativa, experimentou as mais
diversas mudanças no intuito de aproximar-se, ainda mais, das necessidades do
cidadão e do mundo de trabalho.
A Educação Profissional Tecnológica assume cada vez
mais importância, como elemento estratégico para a construção da cidadania e
para uma melhor inserção de jovens e trabalhadores na sociedade. Mais do que um
instrumento gerador de emprego e renda, também é um meio de redução das
desigualdades sociais e fortalecimento da cidadania. Cabe a ela uma posição
importante como elemento de destaque na educação, junto com outras políticas e
ações públicas, para o desenvolvimento socioeconômico dos cidadãos.
6 comentários:
agora já sei qual conteudo recomendar ao colegio objetivo zona norte sp, bacana mesmo, adorei e nos inspirou esse projeto, espero que curtam a ideia do post
Acompanho sempre o blog, infos úteis para o nosso colegio zona norte, legal essa matéria
Gostei muito desse conteudo para o Colegio Zona Norte SP
Boa noite,
Estou fazendo mestrado e gostaria de citar o histórico que vocês fizeram sobre o curso técnico. Vocês tem as referências?
Grata,
Ana Claudia Carelle
Boa tarde, vcs tem as referências desse texto? Muito interessante.
Qual a fonte bibliográfica das informações que vocês descrevem no texto.
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