sábado, 24 de maio de 2014

Depoimento de Luiz Paulo - Diretor da FENET detido durante o Ato Nacional contra a restrição da Meia Entrada

   Bom, no último ENET (Encontro Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico) foi aprovado uma jornada nacional de lutas contra a restrição da meia entrada cultural e a partir daí começamos a nossa organização.A nossa organização e preparação para o ato no IFMG e OP estava a todo vapor, faixas e cartazes tudo pronto  depois de uma semana de mobilização, reunimos na portaria do campus para descermos para Praça Tiradentes em Ouro Preto – MG e muitos estudantes não tinha como pagar a  passagem cara da nossa cidade,  e tendo em vista que o local era longe e a passagem cara e então “pulamos a roleta”.“Pulamos a roleta”, para que a trocadora e nem o motorista arcasse com a despesa, principalmente pelo fato de sabermos que eles são trabalhadores e estão lá para ganhar o seu “pão de cada dia”.Entretanto a trocadora e o motorista furiosos pelo fato de não termos pago passagem e (passagem a qual nem eles pagariam por não ter sido registrada na roleta), chamou a policia militar.  Com a chegada da policia um companheiro do grêmio menor de idade (que também foi detido)correu, e foi segurado pelo motorista e eu estava na manifestação puxando palavras de ordem e agitando os estudantes.O policial veio em minha direção e  disse:  “quem pulo a roleta do ônibus? “  eu o repondi que foi todos nós.  Quando ele pegou em meu braço e disse para eu entrar na viatura e ai perguntei o porque e ele disse que estava sendo detido por incitar a desordem e por não ter pago a passagem, pedi para esperar um pouco e foi ai que ele se alterou e com um tom de autoridade me mandou entrar na viatura, onde o companheiro Filipe já se encontrava e estava desesperado por estar sozinho e por estar sendo pressionado a contar quem estava junto.Quando estávamos sendo conduzido a delegacia, ouvimos dos policiais “manifestante tem que apanhar mesmo”, “são tudo vagabundo”, “era bom no período dos militares, que não tinha essa bagunça”, e vários outros insultos, a todo momento eles perguntando quem eram as outras pessoas que estavam com a gente e dizendo que se contássemos quem era, seria melhor pra nós, nos intimidando.Chegando lá, estava o motorista, a trocadora e os policiais, todos querendo saber quem eram as outras pessoas. Então a mãe do menor de idade chegou e em pouco tempo chegou o advogado do SINASEFE e o servidor do IFMG, que vieram se solidarizar e nos ajudar nessa luta.Enfim, ocorreu tudo bem, fizemos um B.O e em breve teremos audiência. A luta continuará e dela eu não me retiro!
   Gostaria de agradecer ao meu partido – Partido Comunista Revolucionário, que desenvolveu toda minha linha ideológica do que é ser um jovem comunista revolucionário, que me ensinou que a cada repressão a nossa luta deve se intensificar ainda mais, que me ensinou a JAMAIS abandonar um companheiro seja ele qual for.Tenho que agradecer ao SINASEFE IFMG, por todo apoio prestado, à FENET por ter lançado uma campanha nacional pela minha libertação, aos companheiros do Grêmio Livre Estudantil Voz Ativa dos Estudantes, e a todos meus amigos e estudantes que lá compareceram e me deram apoio.

 “Morrer pela REVOLUÇÃO dá sentido à vida!

                                                    Foto tirada no momento que Luiz Paulo deixou a delegacia.

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