terça-feira, 1 de abril de 2014

50 anos do Golpe - Para que não se esqueça! Para que nunca mais aconteça!

   Hoje completam 50 anos do Golpe Militar Fascista que  foi instaurado no nosso país para impedir os avanços da luta popular e estudantil. Os anos posteriores a 64 foram de  muito sofrimento para o povo brasileiro que lutou bravamente pela democracia e pela liberdade. Relembrar este dia é reafirmar a nossa repulsa aos golpistas e ao período responsável por um capítulo trágico e obscuro em nossa história recente. 
   Os estudantes de escolas técnicas tiveram uma importante participação na resistência a este período e na luta por uma nova sociedade. Entre eles, teve participação importante um estudante da Escola Técnica Federal do Ceará, José Montenegro de Lima.

Quem foi José Montenegro de Lima?

Conhecido como Magrão, José Montenegro de Lima  nasceu em Itapipoca no Ceará no dia 27 de outubro de 1948 e estudou na antiga Escola Técnica Federal do Ceará, atual IFCE. Participou ativamente do movimento estudantil em Fortaleza, onde se tornou diretor da União Nacional dos Estudantes Técnicos Industriais (UNETI).
    Com o golpe militar de 1964, Montenegro foi perseguido durante o regime militar e chegou a ser indiciado no Inquérito Policial Militar (IPM), o que lhe impediu de concluir o curso . Mudou-se para o Rio de Janeiro e, a partir de 1969, viveu clandestinamente, única forma encontrada de manifestar sua oposição a ditadura. A partir daí, dedicou-se à organização da Juventude Comunista.
    Em 1970, dadas as prisões de vários companheiros de luta, mudou-se para São Paulo onde viabilizou a saída para o exterior de vários  militantes ameaçados de serem presos.
    Com as prisões generalizadas  devido à Operação Radar (operação dos DOI-CODI de todo o país para sequestrar e desaparecer os dirigentes do PCB), José Montenegro de Lima foi preso por quatro agentes policiais em 29 de setembro de 1975 em sua residência no bairro da Bela Vista, São Paulo (SP),  sendo testemunhado por seus vizinhos e conhecidos.
    De acordo com a documentação oficial do DOI-CODI do II Exército, havia doze presos na carceragem do DOI de São Paulo, dentro os quais José Montenegro de Lima foi visto. Em seguida transferido para o sítio do CIE na rodovia Castello Branco, assassinaram-no com uma injeção de matar cavalos e depois jogaram-lhe de uma ponte, de acordo com depoimentos dos agentes policiais e e desde então seu corpo está desaparecido.
    Seu nome consta no anexo da Lei 9.140/95 (lei dos desaparecidos políticos), ou seja, o Estado reconhece sua morte sob sua responsabilidade .

 

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