De Raphael Almeida, Rio de Janeiro
É trágica a situação da educação no Brasil, mesmo com o
número de universidades públicas e
Institutos Federais crescendo verticalmente, estamos muito longe de suprir as necessidades.
Apenas 14% dos jovens entre 18 e 24 anos conseguem ingressar nas universidades,
esse é o menor índice de toda América do Sul, dos que entram no ensino
superior, cerca de 76% se matriculam nas instituições de ensino privado, que
cobra altas mensalidades e oferece, em geral, uma educação de baixa qualidade.
Propagandas mostram que só neste ano se inscreveram para a prova 6.497.466 pessoas, registrando um aumento de 4,4% em relação a 2011, um recorde na história do concurso, porém escondem que, existem apenas 300 mil vagas nas universidades públicas, excluindo do ensino superior público mais de 6 milhões de jovens.
Propagandas mostram que só neste ano se inscreveram para a prova 6.497.466 pessoas, registrando um aumento de 4,4% em relação a 2011, um recorde na história do concurso, porém escondem que, existem apenas 300 mil vagas nas universidades públicas, excluindo do ensino superior público mais de 6 milhões de jovens.
Mas
por quê o direito de ingresso no ensino superior?

Essa covardia travestida de "disputa democrática" joga milhares de jovens na depressão, ficam tachados como "burros" ou "fracassados" pela sociedade se não conseguem uma das poucas vagas. Coincidência ou não, a cada 100 pessoas que se suicidam, 70 delas são jovens entre 18 e 24 anos e a sua causa é a falta de perspectiva de vida. Devemos entender que se mesmo todos os jovens gabaritarem a prova, ainda sim, mais de 6 milhões não ingressarão nas instituições públicas por falta de vagas.
Outros dados também
preocupam, segundo o PNAD 2008, a média de escolaridade de brancos, é de 8,3
anos, e a de negros é de 6,5 anos. Há ainda o dado mais alarmante que é o dos
jovens universitários, enquanto 35,8% dos jovens brancos em idade universitária
estão frequentando cursos superiores, 16,4% dos negros estão na mesma situação.
Há, portanto uma disputa desigual no
acesso às vagas das universidades. É preciso dar melhores condições de acesso à
juventude oriunda das escolas públicas e da juventude negra, que é ainda mais
marginalizada no ensino superior. Programas como as cotas (PLC
180/2008) são implementados nas universidades, são positivos porém insuficientes.
"Mas
estudantes cotistas não vão piorar o nível da faculdade?"
Os
setores mais atrasados da sociedade sempre fazem esse tipo de afirmação, mas a Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), por exemplo, divulgou que 49% dos cotistas
passaram em todas as matérias no primeiro semestre, contra 47% dos egressos sem
cotas. Já a UNICAMP, uma das principais instituições do país, divulgou que a
média dos cotistas do curso de medicina em 2005 (primeiro ano das cotas) foi de
7,9 enquanto os não-cotistas ficaram com a média de 7,6.
Precisamos avançar! Todos na luta em defesa do
Livre Acesso ao Ensino Superior!
Mesmo com o avanço das cotas, esse
programa está longe de representar a verdadeira democratização do acesso ao
ensino superior, pois não altera a essência da exclusão que é a falta de vagas.
Como já foi dito anteriormente, cerca de 6 milhões de pessoas se
inscreveram no ENEM 2013 para apenas 300 mil vagas nas instituições públicas.
Segundo Yuri Pires (1° Vice Presidente da UNE e militante da UJR) é preciso
construir mais lutas em defesa da educação. "Precisamos
garantir a universalização do acesso ao ensino superior, entendendo que a
educação é um direito do povo e não um serviço que deve ser regulado pelas leis
do mercado e que exclua os jovens como temos visto no Brasil. Dar
condições aos cotistas de seguir seus cursos com condições dignas de
permanência é outra questão que não podemos abrir mão, com a construção de
residências e restaurantes universitários, bolsas e uma efetiva política de
assistência estudantil. É hora de unir os estudantes para lutar por
oportunidades iguais para todos, pondo fim a exclusão do ensino superior e
tornando a universidade aberta a todo o povo. Como bem disse, Ernesto Che
Guevara: “a Universidade deve pintar-se de negro, mulato, operário e camponês,
ou o povo a invadirá e pintará com as cores que quiser.”"
Raphael Almeida é Coordenador Geral da FENET
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