segunda-feira, 23 de julho de 2012

Em defesa da memória, da justiça e da verdade! FENET compõe comitê da comissão da verdade no RS


Na noite da última segunda – feira (9), representantes de movimentos sociais, militantes partidários, ex-presos políticos, familiares de vítimas da ditadura, historiadores,  estudantes, organizações não governamentais e demais lutadoras e lutadores sociais instituíram, no âmbito do Rio Grande do Sul, o Comitê Popular pela Memória, Verdade e Justiça, que visa a se constituir em mais um órgão de apoio e consulta à Comissão Nacional da Verdade e também à Estadual, a ser criada.
O ato veio acompanhado do lançamento de um manifesto onde os militantes ressaltam a firme disposição em contribuir com o resgate da memória histórica sobre os crimes cometidos pelo Estado contra o povo brasileiro durante a ditadura civil-militar. Também se propõem a denunciar a participação dos agentes da ditadura brasileira na rede de repressão político/militar de sustentação às ditaduras na América do Sul, a denominada Operação Condor (http://averdade.org.br/2012/02/operacao-condor-um-antro-de-criminosos/).
Com forte crítica a  Lei de Anistia de 28 de agosto de 1979, aprovada por escassa diferença de votos no Congresso Nacional e sancionada por João Batista Figueiredo, o Comitê Popular pela Memória, Verdade e Justiça tem entre as suas principais linhas de ação a luta pela revisão da referida Lei que também consideram é atualmente  revalidada pelo judiciário brasileiro. Para os membros do Comitê esta Lei impede a punição dos agentes da ditadura ao igualar torturadores e torturados, e outorga como transição uma democracia inconclusa e de simples “reconciliação nacional”, estimulando o esquecimento como querem os agentes da repressão e seus apoiadores.
O manifesto também reafirma a luta por uma “memória aberta”, e para a qual a verdade e a justiça sejam condições indissociáveis para desvendar os crimes que resultaram na morte, desaparecimento, tortura, perseguição e exílio de milhares de brasileiros.
O Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça têm caráter representativo e coordenação compartilhada, e defende a criação de novos comitês, entre outros, em instituições e entidades associativas e sindicais para que além de auxiliar as Comissões da verdade possibilitem o resgate da própria história destes espaços que também abrigaram vítimas e agentes da ditadura.
Além dos ex – presos políticos Indio Vargas; Calino Pacheco Filho; Ignês Serpa Raminger e Cláudio Nascimento, bem como militantes sociais e historiadores, assinam o Manifesto representantes do MST; MPA/VIA CAMPESINA; LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE; ACJM/RS; FENET; UJR; Movimento de Mulheres Olga Benário; FEAB/RS; Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS; CPT/RS; militantes do PCR, PDT, PT e Consulta Popular.

LEIA ABAIXO O MANIFESTO NA ÍNTEGRA 
Representantes de movimentos sociais, militantes partidários, ex-presos políticos, familiares de vítimas da ditadura, historiadores,  estudantes, organizações não governamentais e demais representantes da sociedade civil instituem o Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça, no âmbito do Rio Grande do Sul, manifestando a firme disposição em contribuir com o resgate da memória histórica sobre os crimes cometidos pelo Estado contra o povo brasileiro durante a ditadura civil-militar que durou 21 anos.
 Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça nasce de forma plural, democrática, representativa e compartilhada, e defende a criação de comitês em todos os rincões do Rio Grande do Sul como órgãos populares de apoio e consulta à Comissão Nacional da Verdade e também à Estadual, a ser criada.  
 Considerando que a Comissão Nacional da Verdade possui apenas caráter investigativo e não prevê punição penal aos agentes da ditadura, o Comitê reafirma a luta por uma “memória aberta”, para a qual a verdade e a justiça sejam condições indissociáveis para desvendar os crimes que sepultaram a memória nacional e resultaram na morte, desaparecimento, tortura, perseguição e exílio de milhares de pessoas que lutaram pela justiça social e pela soberania brasileira.
Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça repudia a Lei de Anistia de 28 de agosto de 1979, sancionada pelo ditador João Batista Figueiredo e  atualmente  revalidada pelo judiciário brasileiro. Esta Lei impede a punição dos agentes da ditadura ao igualar torturadores e torturados e outorga como transição uma democracia inconclusa e de simples “reconciliação nacional”, estimulando o esquecimento como querem os agentes da repressão e seus apoiadores.
Contra a história oficial da ditadura e pela história democrática do Brasil, o Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça não aceita a impunidade e lutará pela revisão da Lei da Anistia, pois esta se apresenta como uma aceitação às injustiças e atrocidades praticadas no período ditatorial no Brasil. Também para que os responsáveis pelo Terrorismo de Estado sejam identificados, julgados e punidos na forma da lei.
Este manifesto é, sobretudo, um chamamento às lutadoras e lutadores sociais para participar conosco deste Comitê. Compartilhando ideias e propostas, avançaremos fortalecidos em nossas ações pelo resgate da Memória, na busca da Verdade e pela Justiça.

  
PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA!
PARA QUE NUNCA MAIS ACONTEÇA!

COMITÊ POPULAR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More